Nos últimos dias do mês missionário, dedicado à Mãe Aparecida, os presbíteros da Diocese de Vacaria realizaram seu retiro anual de forma presencial. O mesmo ocorreu de 25 a 28 de outubro, na Casa de Retiros da Arquidiocese de Passo Fundo, e contou com a presença de 22 padres e do bispo Diocesano, Dom Silvio Guterres Dutra. Marca do retiro foram a oração, a celebração, a reflexão, a partilha de vida e a convivência.
Dom Paulo Antônio de Conto, bispo emérito de Montenegro, com seu carisma, ternura e vivências humana, presbiteral e episcopal, conduziu o caminho de reflexão e apontamentos para estes dias. Trabalhando a natureza humana do presbítero, recordou que todos são filhos de uma família de sangue e que jamais se deve abandonar sua origem para ter um ministério feliz e frutuoso. O padre precisa ser seu melhor amigo, amar-se e respeitar suas condições humanas para não se “julgar” indigno ou incapaz de sua missão.
Tratando da segunda família que foi concedida a cada padre por meio do sacramento da ordem, Dom Paulo aprofundou a nobreza de ser padre com os irmãos padres. Tendo em vista que a família presbiteral precisa ser a continuidade do sangue da família de origem, agora constituída e multiplicada pelo ministério assumido. Uma família que se ama, vive a harmonia e se ajuda mesmo com todas as diferenças trazidas em cada presbítero. O presbitério precisa recordar que em todo padre circula o sangue dos bispos, dos irmãos presbíteros e deve ser um sinal do amor de Deus ao povo e inspiração a novos vocacionados a este ministério. Logo, a caminhada precisa ser feita em conjunto e pautada na misericórdia, fraternidade, solidariedade e respeito. Ser capaz de entender-se como padre parte do presbitério e não um ser humano isolado, fechado aos irmãos padres, para não cair na tentação de frustrar-se e frustrar o povo amado de Deus. O padre que caminha isolado, não pode testemunhar Deus que é família: Pai, Filho e Espírito Santo.
Seguindo este caminho espiritual, o pregador propôs contemplar nossa vivência que se estende à terceira família que o sacerdote é enviado e acolhido: o Povo de Deus. É preciso entender-se como servidor. Cada dia que a estola é posta sobre os ombros de um sacerdote, deve ser o sinal de Deus que viu, ouviu e desceu para servir a sua obra prima, seus filhos amados. É o avental do serviço, jamais a capa real. O padre é aquele que serve e conta com a Providência de seu grande Pai que lhe gerou, escolheu e enviou. Nesta família, o padre deve estar sempre no “colo do Pai do céu”, pois é d’Ele a ação que será ofertada ao povo.
Gratidão: à Diocese de Vacaria que apoia esta iniciativa; à Pastoral Presbiteral, organizadora deste momento; à Associação N. S. da Oliveira, que colabora economicamente para a realização deste momento; a Dom Sílvio, que se fez presença e partícipe deste momento.
Agradecemos com ternura e prece a Dom Paulo Antônio De Conto pelas partilhas e maravilhas que nos ajudou a perceber em nossa vida presbiteral como seres humanos, presbíteros e servidores sustentados pelo “colo de Deus”.
Texto e foto: Padre André Varisa