Era 2009 quando os bispos do Regional Sul 3 da CNBB estiveram juntos pela última vez no Vaticano. A visita Ad Limina Apostolorum, que prevê que todos os arce/bispos visitem o Papa a cada período, já estava marcada para março de 2020. A incerteza gerada pela pandemia do Coronavírus mobilizou o mundo inteiro em um grande lockdown e gerou o adiamento da visita, agora confirmada para 02 a 06 de maio.
O grupo que viaja à Itália no fim de abril inclui 4 arcebispos, 15 bispos ativos, 3 bispos eméritos e o Pe. Silvio Jorge Mazzarolo, que assumiu como administrador diocesano de Cruz Alta desde a transferência de Dom Adelar Baruffi .
O Presidente da CNBB Sul 3, dom José Gislon, participa pela primeira vez de uma visita Ad Limina, já que foi ordenado bispo em agosto de 2012. Dom José ressalta que o momento deve ser ocasião para fortalecer a comunhão entre o episcopado e o Papa: “é uma oportunidade para manifestarmos, como bispos, a nossa gratidão pelo seu jeito de pastor, firme nas decisões, mas ao mesmo tempo paterno e profético nas suas colocações. Além de ser uma oportunidade para apresentarmos ao Papa e aos responsáveis pelas Congregações e Dicastérios, o rosto da Igreja que está no Rio Grande do Sul e aqui vive a sua missão de evangelizar, com os desafios, as feridas, a fé e a esperança desse povo de Deus que está caminho da casa do Pai”.
Uma visita inédita
O Arcebispo de Santa Maria, dom Leomar Brustolin, já esteve algumas vezes no Vaticano, mas esta será a primeira ocasião em que participa de uma visita Ad Limina. Segundo ele o momento será de fundamental importância para garantir uma maior sinodalidade entre o Regional Sul 3 e o Papa Francisco: “intensificaremos nosso senso de pertença à Igreja de Cristo nos passos de São Pedro e na comunhão sinodal com o Papa Francisco. A visita tem momentos de celebração, encontros e reuniões que fortalecem nosso ministério episcopal e amplia nossos horizontes na perspectiva da Igreja que é una em todo o mundo. Será uma oportunidade para consolidar nossa espiritualidade e missionariedade, com a finalidade de melhor servir o Povo que Senhor nos confiou”, declara dom Leomar.
Dom Adimir Mazali e dom João Francisco Salm são os últimos bispos nomeados para o Rio Grande do Sul. A Diocese de Erexim acolheu dom Adimir no dia 12 de julho de 2020, durante a pandemia, enquanto dom João Francisco tomou posse em Novo Hamburgo no último domingo, 27 de março.
A programação para os dias no Vaticano inclui reuniões e encontros em diversos Dicastérios, Congregações, Conselhos Pontifícios e Comissões. Sobre a agenda intensa e as atividades previstas, o bispo de Erexim explica que “a visita é um momento especial para o episcopado e significa entrar em contato direto com a vida administrativa da Igreja nos seus mais diversos setores, chamados Dicastérios”. Com seus colegas no episcopado, ele diz acreditar que “todos têm a expectativa do encontro com o Papa Francisco para ouvir sua palavra e suas orientações como sucessor de Pedro”.
Dom João Francisco é bispo há mais de nove anos e tomou posse na última semana em Novo Hamburgo. Vindo da Diocese de Tubarão (SC), ele também viveu com os bispos de Santa Catarina o adiamento de sua primeira visita Ad Limina: “A expectativa era grande: a viagem, a convivência fraterna com os bispos, as visitas e celebrações em lugares significativos, o encontro com o Papa e o parecer de Roma em relação ao meu relatório e ao exercício do meu Ministério”, lembra dom João.
Agora, como membro do episcopado gaúcho, ele se prepara para fazer a visita com o grupo de bispos do Rio Grande do Sul e acredita que a viagem vai ser um bom momento para estreitar os laços e conhecer seus colegas: “tenho uma bela oportunidade de conviver, de me integrar e aproximar desses meus irmãos que mais recentemente me acolheram tão bem, com presença tão significativa na Missa de posse canônica, em Novo Hamburgo. Creio que será uma verdadeira bênção para mim, para o grupo e para nossas Dioceses”, conclui dom João.
A experiência da emeritude
“Esta é minha sétima visita Ad Limina!” celebra dom José Mário Stroeher, bispo emérito da Diocese do Rio Grande.
Com 83 anos, ele é um dos três eméritos que integram o grupo de bispos que participa da visita, junto com dom Zeno Hastenteufel, emérito de Novo Hamburgo e dom Hélio Adelar Rubert, arcebispo emérito de Santa Maria.
Na agenda, o dia 04 de maio está reservado para a visita na Secretaria de Estado do Vaticano e na quinta-feira, 05, o grupo participará da Audiência com o Papa Francisco. Esta é a grande expectativa de dom José Mário. Ele lembra que a única vez que encontro com o atual Pontífice foi durante a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, em 2013. “Concelebrei com o Papa Francisco na JMJ. Foi uma celebração marcante já no primeiro ano do pontificado deste Papa dos pobres e duma Igreja em saída”, comenta.
Nove anos depois, o bispo emérito retorna ao Vaticano, desta vez para um encontro mais restrito com o Papa junto aos arce/bispos gaúchos. “Junto com o sucessor de Pedro teremos a alegria de estreitar a unidade em Cristo na força e comunhão do Espírito Santo. Será um momento memorável”, afirma dom José Mário.
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Texto e foto: CNBB Sul 3