Nos dias 27 e 28 de setembro de 2019 a Diocese de Vacaria viveu a 43ª Assembleia Diocesana de Pastoral, como um importante momento de avaliar e planejar a caminhada diocesana, de modo sinodal e com ampla participação. Segundo Padre Rene Antonio Zanandréa, coordenador de pastoral da Diocese de Vacaria, “a 43ª Assembleia Diocesana de Pastoral se destacou pelo grande número de participantes, beirando 150 pessoas, vindas das paróquias, pastorais, movimentos eclesiais e sociais”.
A 43ª Assembleia tinha clareza dos temas a serem tratados. Primeiramente, com assessoria do Pe. Marlo Flávio Tessaro, coordenador de pastoral da Diocese de Chapecó/SC, realizou-se a análise da conjuntura sócio eclesial. Posteriormente, trazendo as discussões das foranias e com a colaboração da Ir. Leni Monfardini Lopes, CIIC, coordenadora da Dimensão Catequética da Diocese de Chapecó, refletiu-se sobre a implantação do projeto de Iniciação à Vida Cristã. Na noite de sexta-feira, 13 candidatos ao diaconado foram instituídos acólitos. Por fim, a Coordenação Diocesana de Pastoral apresentou a proposta de realização de um Sínodo Diocesano.
Evangelizar num Brasil cada vez mais urbano
As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora 2019-2023, aprovadas pela Assembleia Geral da CNBB deste ano, apontam para a realidade de um Brasil cada vez mais influenciado pela cultura urbana. Vacaria não é exceção nesse panorama. Um dos dados que sustentam isso é o fato de cerca de 60% da população da Diocese estar concentrada em 4 municípios. Doutro modo, mesmo nas comunidades mais afastadas dos grandes centros urbanos, nota-se a influência da cultura urbana, com seus avanços e preocupações.
Essa nova conjuntura exige uma nova postura eclesial. A cidade deve ser encarada como local da presença de Deus, pois ali está o povo. Se, por um lado, é uma realidade desafiadora; por outro, é uma realidade que dá indicativos para a ação eclesial. Entre os indicativos, encontramos o apelo à constituição de pequenas comunidades eclesiais missionárias, ambientes marcados pela proximidade e confiança, em comunhão com a Igreja Particular.
Também encontramos como indicativos a implantação da iniciação à vida cristã como responsabilidade de toda a Igreja; uma igreja ministerial, com o protagonismo laical; a caridade; a sinodalidade como um dos sinônimos de Igreja; a missão; e a unidade na diversidade.
Iniciação à vida cristã, compromisso eclesial
Após uma recuperação das contribuições oriundas da última reunião de foranias, os presentes conheceram o caminho percorrido e a organização da pastoral catequética da Diocese de Chapecó.
A iniciação à vida cristã é um processo que envolve efetivamente toda a comunidade eclesial, visando proporcionar o encontro com o Ressuscitado, numa vivência comunitária da fé. É uma decisão que precisa ser encarada com decisão, coragem, criatividade e paixão.
Após a reflexão nos grupos e a partilha na Assembleia, definiu-se que o projeto será implantado a partir do sacramento do batismo. A implantação exigirá a análise do que temos e de como estamos, para assim definir-se o que se fará e realizar a formação dos agentes. Tal processo exige unidade, não uniformidade.
Para fins de conduzir esse processo de implantação, a Equipe Diocesana de Catequese reunir-se-á e conduzirá o encaminhamento do processo.
Instituição de acólitos
Na noite da sexta-feira, 27/09, na Paróquia Nossa Senhora da Glória, deu-se a instituição do ministério de acólitos a 13 homens que estão participando do processo formativo da Escola Diaconal.
As ordenações dos diáconos permanentes iniciarão em março de 2020.
Sínodo Diocesano, expressão de comunhão e de fé
A Coordenação Diocesana de Pastoral apresentou a proposta de realização de um Sínodo de Diocesano nos próximos anos. O Sínodo Diocesano é descrito como uma assembleia de sacerdotes e de outros fiéis da igreja particular. É uma expressão de comunhão e de fé, que resgata a missão de todo cristão católico batizado.
Segundo Dom Sílvio, “o tema mais importante para esta Assembleia foi ter refletido e assumido o projeto do Sínodo Diocesano, como uma estratégia de auto conhecimento da própria Diocese, de se conhecer, de saber quem nós somos, a partir da consulta das lideranças, mas também de uma possível pesquisa científica/objetiva e deslanchar um processo de construção de uma fisionomia de nossa Diocese e com ponto prático bem definido para médio e longo prazos”.
O bispo diocesano compreende “os frutos do Sínodo como indicação para cinco ou dez anos, com possibilidade de revisão de ajustamento, de acolhimento das outras coisas que virão da Igreja. É um projeto que se deve construir a partir da Assembleia, mas a clareza de que é importante o Sínodo, eu creio que nós saímos bem daqui”.
O sínodo diocesano foi aprovado com 110 votos favoráveis, 1 voto contrário e 1 abstenção. A Coordenação Diocesana de Pastoral fará os primeiros encaminhamentos. Como sugestão ficou a data da Romaria Diocesana de Ibiaçá, 22 e 23 de fevereiro de 2020, para o lançamento oficial do sínodo.
Palavra Final
A oração conclusiva da 43ª Assembleia Diocesana de Pastoral contou com o envio para a 68ª Romaria de Nossa Senhora Consoladora, que se realizará em 22 e 23 de fevereiro de 2020. Para isso, cada uma das paróquias recebeu uma imagem de Nossa Senhora Consoladora dos Aflitos.
Após o término da Assembleia, Dom Sílvio Guterres Dutra, Bispo Diocesano de Vacaria, avaliou que sai contente pela oportunidade de ter contemplado tudo aquilo que era mais importante para a vida da Diocese: “primeiro um contexto de Igreja, que vimos na análise de conjuntura. Depois entramos no projeto da Iniciação à vida cristã, que nos coloca em sintonia com a maioria das dioceses do Brasil que já estão no processo de implantação. […] e o tema mais importante para esta Assembleia, no meu modo de pensar, foi ter refletido e assumido o projeto do Sínodo Diocesano, como uma estratégia de auto conhecimento da própria Diocese”.
O coordenador Diocesano de Pastoral destacou a qualidade com que tudo aconteceu: as intervenções, as participações, a presença na sala de reuniões, a clareza dos temas a serem tratados e a ampla participação, com distribuição de funções e tarefas. Concluiu dizendo que “a assembleia veio de um processo de construção coletiva. Quem ajudou a construir o programa/roteiro da Assembleia foi a Coordenação Diocesana de Pastoral e o Conselho Presbiteral. Foi um processo amadurecido, não foi fruto do acaso”.